OPERAÇÃO DA PF PÕE BAIXADA SANTISTA NO RADAR MUNDIAL DO TRÁFICO INTERNACIONAL.
- Guaruja milgrau
- 1 de mai.
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A Baixada Santista entrou no radar mundial do tráfico internacional de cocaína com a deflagração, na manhã desta terça-feira (29), da Operação Narco Vela. Com o objetivo de estancar o envio de grandes quantidades da droga para os continentes europeu e africano, a Polícia Federal prendeu 12 pessoas da região, de um total de 21 capturados no País.
Acusado de participar do esquema por meio da lavagem de dinheiro, um contador de Santos não chegou a ser preso, mas teve medidas cautelares decretadas contra si.
O diferencial da Narco Vela em relação a outras operações de combate ao narcotráfico internacional é que nela não eram usados navios para transportar a cocaína, mas veleiros e barcos de grande porte. Outro fator que a distingue é a utilização de moderno e sofisticado sistema de comunicação, por meio de celulares satelitais, para dificultar a fiscalização por parte das autoridades. Essa informação foi destacada pelo delegado Osvaldo Scalezi Júnior, chefe da Divisão de Repressão a Drogas da PF, em Brasília.
Scalezi esteve na Delegacia da PF em Santos para acompanhar o balanço da operação para cumprir 35 mandados de prisão (quatro de preventiva e 31 de prisão temporária) e 62 de busca e apreensão em imóveis e empresas ligadas aos investigados, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina. Eles foram expedidos pelo juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, que deferiu pedidos formulados pelo delegado Raphael Astini. A Narco Vela mobilizou 350 agentes.
Além das 21 capturas, foram cumpridas as preventivas de outros dois acusados que já se encontravam encarcerados, elevando para 23 o número de prisões da Narco Vela. Relatório da PF reconheceu que o grupo tem “ampla experiência” na logística marítima voltada ao transporte de grandes quantidades de cocaína. Ela compreende “operações complexas de transbordo da droga para embarcações de diferentes tipos”, mas todos aptos a realizar a travessia do Oceano Atlântico.
Ações de outros países
Segundo a PF, a investigação começou a partir de informação transmitida pela Drug Enforcement Agency (DEA), a agência norte-americana antidrogas, sobre a apreensão de três toneladas de cocaína, em fevereiro de 2023, dentro de um veleiro brasileiro em alto-mar, próximo à África. No mesmo ano, em setembro, a Marinha francesa interceptou em águas internacionais outra embarcação do Brasil com 2,5 toneladas da droga.
Posteriormente, apurou-se que o mesmo grupo criminoso agiu nas duas ações.
O avanço das investigações possibilitou a descoberta de mais seis eventos do gênero, totalizando cerca de oito toneladas de cocaína. Com base no preço do quilo da droga comercializado na Europa, a PF estimou em R$ 1,3 bilhão o montante do entorpecente, requerendo bloqueio e apreensão de bens dos acusados até esse valor. O juiz Roberto Lemos deferiu esse pedido, que engloba imóveis, veículos, embarcações, dinheiro em espécie, joias e até criptoativos vinculados às pessoas físicas e jurídicas investigadas.
Conforme o julgador, a decretação da medida cautelar postulada mostra-se útil, sobretudo, no tocante à repressão eficiente do crime organizado. “No caso específico do tráfico, associação ao tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, a atuação jurisdicional deve abranger o enfrentamento patrimonial do crime, não apenas para impedir o proveito do seu produto econômico, mas também para obstar o emprego desses bens e verbas como insumo destinado à continuidade da prática delitiva”.
Fonte: SantaPortal

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