GRUPO DE GUARUJÁ VIAJA 9 MIL QUILÔMETROS E ACOMPANHA FUNERAL DE PAPÁ FRANCISCO EM ROMA
- Guaruja milgrau
- 30 de abr.
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Um grupo de fiéis católicos de Guarujá, no litoral de São Paulo, emocionou-se ao participar das cerimônias fúnebres do Papa Francisco, um dos líderes religiosos mais queridos e influentes da história recente da Igreja Católica. Os brasileiros, que viajaram mais de 9 mil quilômetros, foram até o Vaticano para prestar suas últimas homenagens ao Santo Padre, cujo corpo foi velado na Basílica de São Pedro antes da missa de exéquias no sábado (26).
Acompanhados do Padre Rangel Araújo dos Santos, da Paróquia Senhor Bom Jesus — localizada na Vila Zilda, em Guarujá —, treze pessoas combinaram uma viagem anteriormente ao Vaticano. Os ‘peregrinos’ (pessoas que fazem uma viagem com um propósito religioso) saíram do Litoral paulista no dia da morte do Papa Francisco, 21 de abril.
Antes mesmo da trágica notícia, os fiéis já estavam de viagem marcada. No entanto, o Padre Rangel explicou que, a princípio, o objetivo do grupo era apenas fazer uma viagem para conhecer e que ainda havia a expectativa de conseguir ver o Papa Francisco pessoalmente.
Juntos, ficaram da última terça-feira (22) até sábado (26) acompanhando a despedida do Papa Francisco. “Eu não o conhecia pessoalmente, tinha o desejo de conhecer. A esperança era que a gente encontrasse o Papa com vida, porque domingo ele visitou a Praça São Pedro. E nós pensamos, na segunda-feira ou durante os dias que vamos estar aqui em Roma, talvez a gente conseguisse ver o Papa.”
“Fomos surpreendidos logo cedo com a notícia de que o Papa Francisco tinha falecido. Então nossos corações se encheram de emoção. De esperança também. De chegar em Roma e participar do funeral e assim aconteceu. Logo cedo estávamos na Praça São Pedro, já na fila e presenciamos a chegada do seu corpo para o funeral”, conta o pontífice.
O sacerdote descreveu que foi um momento de muita emoção. Uns aplaudiam, outros rezavam e alguns rezavam. Em determinado momento, o Padre Rangel contou que começou a rezar em português e isso desencadeou uma onda de rezas em diferentes idiomas no funeral.
“Nós chegamos bem próximo do caixão. Claro que não poderia tocar, mas deu para a gente visitar, rezar e assim dar o nosso adeus ao querido Papa Francisco. Ele deixou um legado. Um homem que amou a igreja até o fim”, conclui.
Legado de Papa Francisco
Outro padre da Baixada Santista teve contato com o Papa Francisco ainda em vida. O santista Padre Felipe Sardinha Bueno o encontrou em alguns momentos durante sua estadia em Roma no final da década passada por ocasião dos meus estudos de pós-graduação na capital italiana.
Um registro dos dois foi feito em 21 de outubro de 2017. “O que me chamava a atenção em sua pessoa era sua energia física e emocional, sua abertura ao diálogo com as diferentes esferas da sociedade, e a capacidade empática com as pessoas de um modo incrível”, comenta Padre Felipe.
“Cheguei a contar a ele pessoalmente um caso de um familiar enfermo na época respectiva, e ele imediatamente solicitou o nome deste para rezar como forma solidária de manifestar sua comunhão comigo”, continua.
Francisco marcou Padre Felipe pela autenticidade. “Foi capaz de ‘desmitologizar’ o papado e os ministérios eclesiásticos, ou seja, mostrou que os ministros pastorais da Igreja: leigos engajados, a vida consagrada, diáconos, padres e bispos, não são espécies de ‘anjos’ incólumes ou de pessoas estereotipicamente fora da Terra, mas que somos pessoas com limites e qualidades”.
Antes mesmo do papado, o Padre Felix Manoel dos Santos — da São João Evangelista, em São Vicente — teve contato com Jorge Mario Bergoglio (nome de batismo do Santo Padre antes de se tornar Papa Francisco) enquanto ainda era cardeal, em 2007. O encontro aconteceu em uma homilia no Santuário Nacional de Aparecida.
Padre Felix, na época, fez parte de uma tenda que refletia tudo que era debatido na conferência e o cardeal o visitou. Posteriormente, os dois se reencontraram em uma peregrinação em Roma.
“Teve um momento que ele estava passando e eu pedi a benção para ele. Como eu estava com a camisa do Brasil, ele falou: ‘Abençoai o povo brasileiro’. Também depois teve uma uma vez também que estivemos (próximos) quando ele veio aqui em Aparecida e aquela vez que ele veio ao Brasil”, relembra.
Fonte: Atribuna

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