TRÊS CIDADES DA BAIXADA SANTISTA RECEBERÃO ESCOLAS CÍVICO-MILITARES

Três escolas da Baixada Santista estão na lista final das 100 escolas estaduais que aderiram ao programa das escolas cívico-militares, divulgada na terça-feira (29) pela Secretaria de Estado da Educação. Das 12 que se candidataram, selecionaram-se a Archimedes Bava, em Bertioga, a Lincoln Feliciano, em Cubatão, e a Dagoberto Nogueira da Fonseca, em Itanhaém. O modelo deverá ser instituído nelas no próximo semestre.

Conforme o Estado, a comunidade de 302 colégios se interessou pelo modelo, e 132 o aprovaram. Após três consultas públicas, se chegou às 100. A expectativa é atender cerca de 50 mil estudantes.

Ao todo, foram registrados 106 mil votos nas escolas. Desses, 87% foram a favor do modelo. Três escolas aprovaram a proposta com todos os votos.

Para se restringir à meta de 100 colégios, a secretaria aplicou critérios, como a inclusão de pelo menos uma escola por Cidade, o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social e o desempenho dos colégios no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado (Idesp).

Das 89 cidades onde estão as 100 escolas, 80 têm Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média estadual, e 37, inferior à média nacional.

O modelo

Segundo a secretaria, o programa Escola Cívico-Militar não é uma nova modalidade de ensino nem mexe no projeto pedagógico dos colégios.

Ainda: militares não assumirão cargos educacionais nem darão aulas. Atuarão como monitores, em ações extracurriculares e na promoção de “valores cívicos e humanos”.

A disciplina Cidadania e Civismo será incluída no currículo e ministrada por um professor da rede estadual. Também será obrigatória a presença da bandeira nacional em eventos e formaturas, hasteada por um aluno ou professor sempre que possível.

No ano letivo, devem ser entoados os hinos Nacional, da Independência, à Bandeira, do Estado e do Município em ocasiões cívicas. Os militares não poderão portar armas nas escolas.

Pontos e regras

Esses colégios também terão um sistema de créditos de comportamento. Cada aluno inicia o ano letivo com cinco pontos, que podem aumentar ou diminuir, de 0,25 a dois pontos por ocorrência

A perda de pontos só ocorre após processo disciplinar com defesa da família do aluno. Os militares acompanharão a evolução do comportamento, registrarão os dados em um aplicativo Conviva e os compartilharão com a equipe gestora.

Entre as medidas disciplinares, aplicadas pela direção com apoio dos monitores, estão orientação verbal, advertência por escrito, mudança de turma ou turno e, em último caso, a transferência de escola.

Circunstâncias atenuantes e agravantes serão consideradas em cada situação, com base em leis como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e as regras podem ser adaptadas à realidade de cada escola.

Fonte: Atribuna