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HOSPITAL ACUMULA DÍVIDA MILIONÁRIA E ATRASOS FREQUENTES NOS SALÁRIOS EM GUARUJÁ.

  • Foto do escritor: Guaruja milgrau
    Guaruja milgrau
  • 6 de jul.
  • 3 min de leitura

O Instituto Beneficente de Medicina Integrada (IBEMI), empresa gestora responsável pelo Hospital Guarujá, unidade de saúde localizada no Distrito de Vicente de Carvalho, acumula uma dívida estimada em cerca de R$ 3 milhões com seus funcionários, segundo o presidente do Sindicato da Saúde da Baixada Santista (SintraSaúde), Ademir Irussa. Os valores correspondem a salários atrasados, FGTS não depositado e benefícios suspensos, como o vale-alimentação. Há a possibilidade do hospital voltar a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


A situação, que se arrasta há pelo menos cinco anos, já foi denunciada ao Ministério Público Estadual (MP-SP), e há diversas ações judiciais em curso. No último mês, A Tribuna publicou uma reportagem mostrando que funcionários do hospital se revoltaram com o parcelamento dos salários e denunciaram a instabilidade nos pagamentos.


“Apenas com FGTS, (a dívida) já ultrapassa os R$ 2 milhões. Fora os salários e outros direitos. Esse pagamento parcelado que estão fazendo agora é só uma gota d’água”, afirma Irussa. Segundo ele, o Judiciário já iniciou o processo de bloqueio de valores da empresa gestora para tentar saldar parte dos débitos.


Promessas descumpridas

A unidade gestora do hospital voltou a atrasar o pagamento dos vencimentos de junho – que também foram feitos de forma parcelada. A promessa era que a quitação da terceira – e última – parcela seria paga no dia 18, porém, foi adiada para o dia 30. No entanto, alguns funcionários só receberam nesta terça (1º) e agora temem que os atrasos voltem a se repetir neste mês.


De acordo com Irussa, o IBEMI alega ao sindicato que depende de um repasse acima de R$ 1 milhão de um plano de saúde, mas o presidente do SintraSaúde afirma que isso não pode justificar a falta de pagamento aos trabalhadores.


Amor pela profissão

A situação levou muitos funcionários a considerarem a rescisão indireta, uma forma legal de romper o contrato diante de descumprimento das obrigações por parte da empresa. No entanto, o amor pela profissão, a preocupação com os pacientes e o medo de ficar sem emprego impedem que isso aconteça.


“A pessoa trabalha porque gosta, mas isso vai chegando num limite”, diz Irussa, que afirma que oferece assistência jurídica para esses casos e que já acompanha ações individuais e coletivas.


A possibilidade de greve também foi discutida entre os trabalhadores. Segundo o sindicato, assembleias já foram feitas, mas a adesão é baixa pelos mesmos motivos: o receio de retaliações e a vontade de ajudar o próximo.


“O momento atual é de cobrança para que se resolva o problema, e é isso o que estamos fazendo”, afirma o presidente do sindicato. No entanto, se houver nova convocação e decisão pela paralisação, Irussa garante que seguirá todos os trâmites legais previstos na Lei de Greve. “Se a empresa não está cumprindo com as regras ou com a lei, o trabalhador tem que fazer um movimento para que eles paguem”.


Para o sindicato, o caso do Hospital Guarujá retrata uma falência de modelo de gestão e de fiscalização, onde a saúde é tratada como negócio e o trabalhador, como variável de ajuste. “Infelizmente, estão usando a saúde para ganhar dinheiro e esquecendo quem está na linha de frente. Esse é o nosso país”, resume.


Busca por solução

Com a crise persistente, o sindicato tem cobrado uma intervenção direta do município na situação. Embora o hospital seja uma instituição privada, há negociações em andamento para que parte do atendimento da unidade passe a ser realizado via SUS, em parceria com o município. Segundo Irussa, há reuniões entre o sindicato e a Secretaria de Saúde desde a troca de gestão na pasta para tentar viabilizar o acordo.


Essa não seria a primeira vez que o hospital receberia atendimentos via SUS. Em 2024, a Prefeitura fez um acordo com o hospital visando reduzir a fila de espera de pacientes.


Posicionamento

Procurada por A Tribuna, a Prefeitura de Guarujá respondeu em nota:


“A Prefeitura de Guarujá informa que vem conduzindo tratativas para que a unidade volte a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente no que se refere à fila de cirurgias e de exames de maior complexidade. Ainda não há definição quanto ao retorno desses atendimentos, uma vez que a decisão depende dos proprietários do hospital, que é uma unidade privada, e da escolha da organização social (OS) que poderá operar os serviços.”


A reportagem de A Tribuna também procurou o Hospital Guarujá, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.


Fonte: Atribuna


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