FUNCIONÁRIOS SE REVOLTAM COM SALÁRIOS ATRASADOS E PARCELADOS EM HOSPITAL DE GUARUJÁ.

Funcionários do Hospital Guarujá, no Distrito de Vicente de Carvalho, no litoral de São Paulo, denunciam atrasos e parcelamentos frequentes nos salários. Colaboradores procuraram A Tribuna para relatar sobre o problema, que se tornou recorrente. Eles ameaçam entrar em greve caso o hospital não deposite o pagamento este mês.

"Estão pagando R$ 1 mil em três vezes”, afirma um trabalhador, que já acumulou atrasos em pagamentos anteriores. Segundo ele, o pagamento referente ao mês de junho está sendo feito em partes.

O funcionário explica que uma parcela foi depositada no dia 6 e outra no dia 12, enquanto a quitação do valor restante ficou prevista apenas para esta semana – o que, conforme relatado, não aconteceu até a data de publicação desta reportagem

Troca de gestão e promessas não cumpridas

De acordo com um funcionário, não identificado por motivos de segurança, a situação se agravou após a saída da organização social Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), em fevereiro deste ano. A gestão da unidade voltou para o Instituto Brasileiro de Ensino, Medicina e Inovação (IBEMI), que já havia administrado o hospital anteriormente.

Ainda de acordo com as alegações, quem já estava na unidade antes da gestão atual acumula dois meses em atraso, enquanto os funcionários mais recentes têm um mês não quitado. “A promessa era que não atrasaria mais, mas isso só durou dois meses".

Entre as consequências, incluem relatos de aluguel atrasado, dívidas acumuladas e problemas com férias. Um funcionário que havia planejado uma viagem recebeu apenas parte do pagamento das férias e foi orientado a buscar o restante na semana seguinte.

"Em um dos primeiros atrasos, teve gente que perdeu o carro e a moto porque não conseguiu pagar e teve que devolver para o banco", conta um dos funcionários.

Audiências e disputas judiciais

O sindicato que representa os trabalhadores entrou com ação judicial no ano passado, cobrando salários atrasados e outras garantias previstas em convenção coletiva. Duas audiências de conciliação ocorreram recentemente, nos dias 15 e 30 de maio, mas a instituição recorreu das decisões.

Segundo os relatos, duas parcelas de salário estão atrasadas há mais de 1 ano. Outros problemas incluem FGTS não foi depositado, dissídio atrasado e vale-alimentação deste mês ainda não depositado.

"O que está acontecendo agora vai acontecer de novo no mês que vem", lamenta outro funcionário.

Posicionamento

Procurado pela reportagem de A Tribuna, o Hospital Guarujá respondeu em nota:

“Informamos que estamos com uma pequena parte em débito do mês com os colaboradores que deve ser sanado nos próximos dias. Essa situação é decorrente do fato de inadimplência de planos de saúde e reestruturação administrativa da última empresa que atuou no hospital. Sabemos de nossa responsabilidade e das dificuldades de nossos colaboradores com essa situação e seguimos confiantes na solução o mais breve possível”.

Fonte: Atribuna